No palco da Guerra de Canudos, a ararinha azul pede passagem

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O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) protagonizou notícia nacional ao anunciar que repatriou da Alemanha 52 indivíduos da ararinha azul, espécie extinta. Como, se na região de Euclides da Cunha o mesmo ICMBio cuida da ararinha?

Isso gerou a pergunta aí do estudante Vítor Vieira, da Pituba, Salvador. Simples, amigo: a ararinha repatriada é a chamada ararinha azul pink, típica de Curaçá. Já em Euclides da Cunha é a ararinha azul de lear, essa bem vigiada, mas também ameaçada.

O ICMBio também está lá, mas quem vigia é a Associação Jardins Ararinha Azul de Lear. Marlene de Souza Alves, integrante, conta que lá hoje há dois mil indivíduos. 40 anos atrás, quando o movimento começou, eram apenas 40.

Ameaça – A ararinha azul de lear foi descrita em 1856, mas a área de ocorrência só em 1978. É ali, entre Euclides da Cunha e Canudos, passando sobre o açude de Cocorobó, terras do beato Antonio Conselheiro, palco da Guerra de Canudos.

Este cenário, caatinga pura, está em vias de receber um invasor que ameaça a ararinha de lear. A empresa francesa Voltalia está em vias de instalar um parque eólico. Marlene diz que a situação é muito delicada:

– Vem uma empresa dessa para o sertão, gera empregos numa área extremamente carente. Fica difícil fazer entender que a nossa ararinha de lear tem o direito de viver.

Enfim, o pedaço já tem dono.

Fonte: Jornal A Tarde

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