Não fosse parte dos integrantes da oposição serem pobres – pobres de marré -, o prefeito Luiz de Deus (PSD) e seu irmão, Paulo de Deus, hoje com poder moderador, teriam ficado apenas na janela vendo a banda do vereador Jean Roubert (PTB) passar cantando coisas de amor.
É quase inacreditável que, mais de uma década depois [ ninguém pode arriscar quando isso volte a acontecer] a oposição possa fazer a Mesa Diretora da Câmara do jeito que quiser, melhor dizendo: do jeito que o prefeito não quer, e tudo, por algumas migalhas, vá para o vinagre.
O desespero da prefeitura
O desespero no governo era tamanho que, segundo interlocutores de Paulo de Deus, ele chegou a fechar um acordo para eleger Edilson do Hospital (MDB), sem pensar num ponto óbvio: quem votaria em Edilson?, além dos cinco vereadores da bancada de situação que não elegem ninguém?
A miséria do Partido Progressista
Quanto a pobreza dos progressistas, não se trata obviamente de lhes faltar arroz e feijão no prato, mas são paupérrimos de espírito. O Partido se rebaixou, mostrou uma fraqueza impressionante e deu sinal que não é de confiança. Ou Jean os apoiou porque são bonitos?
O PP fará um grande loteamento?
Terminada a reunião que definiu (não há mais disputa) Pedro Macário para a presidência, alguns vereadores comentaram que o futuro gestor do Legislativo não dará colher de chá “não vai ficar ninguém ligado à prefeitura”, cumpre então, perguntar: quem ocupará essas lacunas na Câmara?
Nos corredores do Parlamento a conversa é que o PP está com fome de cargos porque vem aí o ex-prefeito Anilton Bastos Pereira (Podemos) como o preferido do governador Rui Costa para indicar nomes às vagas dos órgãos ligados ao governo do estado.
A Câmara é a salvação da lavoura:
Caso se confirme esse favoritismo de Anilton, o destino reservou a Câmara Municipal para “acolher” os progressistas tão servidores da sociedade. E mais uma vez, lá da prefeitura, só se pode ouvir o som da banda tocar:
“/E cada qual no seu canto/e em cada canto uma dor/ depois da banda passar/ cantando coisas de amor/….” (Chico Buarque, A Banda).
Por Ivone Lima.