Deputado propõe que casa de Barão de Jeremoabo se torne patrimônio cultural

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Casa do Baro foto de Joo de Souza Lima

A casa onde nasceu o Barão de Jeremoabo encontra-se ainda de pé, na área do Assentamento Caritá, mas em estado deplorável e prestes a cair e o que por ali havia a exemplo de móveis, utensílios e até um enorme engenho, são coisas do passado. Ninguém sabe, ninguém viu!

Importante figura do Império e início da República brasileira, Cicero Dantas Martins, nome do Barão de Jeremoabo, bem que merece ter seu nome preservado na história, no município onde ele nasceu. Hoje sua memória é preservada particularmente na cidade de Itapicuru BA, cidade onde viveu seu pai João Dantas Martins, cuja residência transformou-se num museu.

A sorte pode estar mudando!. O deputado estadual Jacó (PT) apresentou ao legislativo, um projeto de lei (PL) em que propõe tornar a casa onde nasceu o Barão de Jeremoabo, na Fazenda Caritá, no município de Jeremoabo (BA), patrimônio cultural imaterial.

O PL, de número 23.398/2019, demanda também a recuperação do prédio histórico e traz em sua justificativa um texto do estudioso Roberto Ventura, professor de Teoria Literária na Universidade de São Paulo (USP) e autor de ‘Estilo Tropical’, um livro que aborda a história cultural brasileira entre 1870 e 1914.

No livro, segundo o deputado, há referências a Cícero Dantas Martins (o Barão de Jeremoabo) em obras de autores consagrados como Euclides da Cunha e o peruano Mario Vargas Llosa, que no romance ‘A Guerra do Mundo’ (baseado na Guerra de Canudos) cria a figura do Barão de Canabrava, inspirada no Barão de Jeremoabo, conforme o professor.

Cícero Dantas Martins nasceu em 1838; formado em Ciências Sociais e Jurídicas no Recife (PE), recebeu o título de barão do imperador D. Pedro II. Ele chegou a ser o maior fazendeiro de todo nordeste, e teve 61 propriedades rurais espalhadas pelos estados da Bahia e Sergipe. O Barão de Jeremoabo também teve uma extensa carreira política, sendo deputado pela Bahia, por quatro legislaturas e senador da província em 1891; Cícero Dantas faleceu em 1903 na cidade de Bom Conselho, que hoje leva o seu nome.

Seu nome está intrinsecamente ligado ao movimento negro e parte da era da escravidão no Brasil. Introdutor da indústria da cana de açúcar na região e grande parte do Nordeste, suas fazendas eram tocadas, em sua maioria, por escravos. A libertação dos escravos coincide com a época de pregações de Antonio Conselheiro e a formação do arraial de Canudos, para onde correram muitos escravos libertados. Sentindo a ausência da mão de obra, o Barão de Jeremoabo foi um dos incentivadores do Governo no combate a Canudos.

Com informações do site Sertão em Pauta, ALBA e complemento deste site (Pedro Son)

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