Professores avaliam nível de provas do primeiro dia do Enem; confira

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Noventa questões, uma redação e 5 horas e 30 minutos depois, os candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que teve sua primeira parte aplicada neste domingo (4), podem analisar os resultados obtidos na prova. Professores ouvidos pelo CORREIO avaliaram que neste ano a prova foi mais conteudista, portanto mais difícil.

Na prova de ciências humanas, a discussão de assuntos ligados à sociedade foi bastante presente na prova, que abordou temas como cultura negra, racismo, ditadura, feminismo, presença da mulher na sociedade, entre outros.

“De maneira geral, foi uma prova que trouxe temas importantes. Foi uma prova muito conteudista que exigia um amplo domínio dos conceitos dos candidatos. Quem não tivesse domínio, não conseguiria realizar a prova. Foi uma prova mais pesada porque requer que o aluno tenha mais conceitos internalizados para mobilizar a prova”, afirmou o professor de ciências humanas, Fábio Braz, da SAS Plataforma de Educação, parceiro do jornal no projeto Revisão Enem.

Para Braz, a discussão humana foi superior em conteúdo. “A discussão ambiental nesta edição foi mais ausente. Tivemos também algumas questões interdisciplinares entre geografia e sociologia, por exemplo”, comentou.

A parte de Geografia foi focada, de acordo com o professor, na geografia geral e não especificamente na do Brasil. “Na ótica da Geografia, tivemos demografia abordando o crescimento vegetativo, a transição demográfica, as migrações no âmbito dos refugiados, a guerra fria em relação à Cuba, tivemos ainda, no âmbito da geografia física, a abordagem de ciclones, furacões, geomorfologia além de abordagem sobre déficit hídrico e formação de solo”, ressaltou o professor.

Nas questões de História, discussões antigas e atuais foram cobradas. “A discussão sobre democracia, supremacia branca nos Estados Unidos, Martin Luther King, a luta pelo direito dos negros, foram temas muito significativos para fazer uma discussão sobre a sociedade”, afirmou Fábio Braz.

Linguagens
A prova de Linguagens foi considerada mais moderada pelos professores. Para Vinícius Beltrão, consultor pedagógico da SAS Plataforma de Educação, a prova manteve a dificuldade dos exames anteriores.

“A prova de Linguagens sempre cobrou mais interpretação do que termos técnicos e gramática. Ela sempre colocou o aluno para ler, confrontar ideias e confrontar textos. Assim como nos outros anos, foi uma prova interpretativa”, ressaltou Beltrão.

Para o professor, a novidade deste ano foi a cobrança de estrutura de gêneros textuais, que até então eram cobrados de forma interpretativa. “Neste ano cobraram a serventia do artigo científico, a estrutura e a proposta dele. Essa é uma novidade, porque até então era cobrado de forma interpretativa”, explicou o professor.

Beltrão ainda ressaltou que o papel de empatia foi mais aplicado às questões. No ano passado, de acordo com ele, foi cobrado na redação. “Cobrar gramática não era o objetivo, lógico que quem não tivesse um conhecimento muito grande sobre não conseguiria responder a prova”, disse.

A cobrança de Literatura também manteve o nível do ano passado, de acordo com o professor. Os autores utilizados são conhecidos e as escolas literárias cobradas são as que comumente são cobradas: Realismo e Literatura Contemporânea. “Não considero que foi uma prova difícil. Tinham apenas algumas questões que a intenção não ficou clara e que o candidato poderia ter uma dificuldade para entender o que estava sendo cobrado, mas foi uma prova mediana que manteve o nível dos outros anos”, avaliou o professor.

Fonte: Correio da Bahia 

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